A lua gritava sigilosamente,
repousando seu sorriso taciturno
sobre este poema,
trafegado por pernilongos e vaga-lumes
branco-prateados e amarelo-douricados
de todas as origens e destinos e de toda a terra.
Em arrematado cochicho
lançado - de mim pra mim mesmo -
cravelhou-me seu enclave de chave-mistério:
giro, rodopio e regiro, revolvo e torno a girar
sou caco-de-tudo e prova-de-nada
me comprovo por inerente certeza...
É essa a guimba de meu principiado-precipício
em termo em fim: minha liba.
Estrada-fuga de extremada frieza
puá de cegueira-acúlea
bico em pico de povo doente
dor-de-cabeça de tudo o que é gente.
espinho-humano, trago, pico, limite-de-farpa
a cidade se verte em bagana escopo
intento-fito de intuito indigente,
cabo-fenecimento depauperado.
A cidade se verte em ruína.
Ao longe se ilumina sua sina
perece até ao pensar-fenecimento
transpassa o trânsito-óbito
da maquinaria óbvia de avesso sistema.
Extrato-substrato de papel folha
que te aponta e comprova ser mesmo quem é
porque quem é, é - nada abstrato -
e não pode mais ser sem contra-cheque nem prévio-aviso.
Bota, calça e registra seu pé.
Mas a lua lá do alto chameja
chispa-corusca e cintila
e me chama, refulgente
como diriam suas cúmplices estrelas
- amantes-amigas-companheiras -
e de lá se sorri: diz, se articulando:
daqui de fora sentencio:
és um adágio;
Mas eu, cá inteirinha, não tenho rolo de me embaraçar...
Vou continuar brilhando em leso-sabote
Apenas perturbando o infeliz que me notar.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
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Um comentário:
Será que os mentores dos movimentos literários sabiam que estavam compondo movimentos e seriam estudados e reestudados tempos depois?
Eu Sempre pensei o que os alunos de lingua portuguesa vão estudar daqui 50 anos... Agora eu ja tenho uma nuânce de certesa...
Ta mandando muito bem rapáz... to orgulhoso de ti...
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