terça-feira, 31 de março de 2009

Eu, improviso.

A língua presa prende
o trapo sempre preso
requebranto pranto.
Prato quebrado em seu adro.
Quadro preto rebaixado
a edro, coisa de pedro,
preto pedreiro,
branco lixeiro,
preto riquinho,
branco pobrão.
Coisa desigual e não.
Assim senão,
não coisa de cor
mas de gente, que é minha
minha gente, que se esquece
que gente é gente,
e que outra gente é sempre
gente como a gente.
É que não param,
meio a muvuca alienante,
e nem pensam,
entre o barulho alucinante
de civilização.
Poesia em cria,
procria em versos.
Da cama ao luar,
do luar à cidade,
da cidade ao grotesco,
do grotesco ao vento,
do vento ao caos,
do caos ao ventre,
de alguma dessas gente
que já não se lembra
do que é ser gente.
até que o rebento
largado, rumo,
seco ao relento,
abranja enfim,
pouco a pouco,
e toque, com um dedo rouco
o borburinho da calamidade
que reside em cada canto
da nossa inflamada e avançada
e já não tão humana
soterrada sociedade.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Comofazerumaodeaoserhumanodehojeemdia.

Ser em si um ser em questão, ser ou não ser,
O Homem, bicho estranho, é, mesmo, de si mesmo irmão?
De hoje se nega a clássica poética,
que passa a ser fruto incisivo da degradação do ser Homem.
- Degradação da língua.

Deve ser a poesia um eco solúvel
para essa coisa contraditória e descompassada.
Rima mal-passada da miséria humana apenas
cápsulas de bala para o gordíssimo pudor do dinheiro.

Las cosas que importan.

Images from a veiculated infinite world made from finite matter.
Fick dich, ninguém se importa.
O Mundo hoje, o Mundo do futuro, o Mundo de ninguém.
Jamais foi nem nunca será, Mundo.
As the humanity goes - full of vanities and desvanities -
Caminhamos com as patas de trás rumo a um buraco negro.

Dioptic ilusion de le Monde, Monde irreal,
Mundo de sangue e carne viva. Mundo de gente real.
Mundo que navega pelo espaço,
rumo ao todo e ao nada do universo
em sua constante e infinita e serena expansão.

Comemos uns aos outros. Devoramos nossos companheiros-irmãos.
Antropófagos humanos deprovidos de emoção,
gordos de estupefatos exageros nas margens do superávit primário.
Y, en el gran final, para alivio de eso corazón,
Las cosas que realmente importan pueden ser compradas.

Si fueres bueno te daré un regalo.