quinta-feira, 28 de maio de 2009

Quem sabe síntese.

Na cidade gelatina,
encoberta de pedras atiradas à Geni, aquela vaca,
cresce o cão Matuki, nome indígena e de rio,
não nem daqui nem da China,
mas d'outro qualquer lugar distante nesta Terra geóide.
Enquanto isso, distante, marcianos verdes procuram
a explicação do universo, roubada por um gremlin fugitivo.

Quem sabe num domingo de paradoxal paz e futebol,
miremos as nossas pedras ao invés da vaca da Geni
para um pelador qualquer, TV,
maldito ópio, base de todo panis et circences
desta grandiosa Roma, onde um Urbano dois
foi até a cidade caduca de urbanidade.

Estamos na Pax do ai que preguiça! de jorrar sangue
do ai que preguiça! deste caos.
À todos os feudos que são os condomínios,
bom poder fugir da criação que deu errado.
Pra quem fica do lado de fora, tchau.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Amor de mar.

Nosso nos é, o beijo, sentimento tão puro
do gosto do beijo das palavras que nos tateiam quentes
ainda amornadas no verão interno, sobrenavegando os mares
que encobre de inteira rebeldia os nossos anos incertos.

Como não sentir, uma vez que balança o mar inteiro,
que é amor, pros olhos de quem ama
o mar cego, que nos cega e nos entrega
e é ainda a mais cega de todas as nossas certezas.

Repouso as palavras molhadas sobre o calor do nosso beijo.
Os versos causam rebuliço dentro desse mar profundo
Reviram sua ressaca, tamanho poder que têm na poesia.

E o mundo se expande, para não transbordar a água
que emana de seus lábios, onde guarda todo o amor
de que falamos sem entender, eu e o mar.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Filosofia de morte.

Palavras se perdem na escura imensidão da noite em claro
buscando respostas de um infinito sem fim de finitas razões para se ser e ser se
palavras de filosofias antigas, e de remotos indícios do pensamento
Busco clareza nessa noite em claro.

A busca tem senão uma razão
de ser sem se, de absolutar a certeza buscada.
Mas a busca, por ser humana
se acaba em certeira ilusão.

Passa o tempo que nos enterra,
e uma certeza se leva em vão,
de que nossa verdade fora incerta.

Filosofia esta que nos desperta,
aprende-se a viver com fantasia,
e verá que somente ela tem razão.