quarta-feira, 24 de junho de 2009

Língua

porqueapalavraapalpada
frasesemsentidoperdida
nalínguametalínguaroída
pelosqueaindainflamam
aínguapelafaltadeacento
semcrasepalavrasemcasa
decimalnãoématemática
umasociedadetãoperdidamente
perdidaemseupróprio
egoegocêntrico
queperdelouca
alíngua.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Da coerência junção de palavras.

Escrita palavra, reflexo engatilho da conjura sobre o desestável de todas as coisas. Uma porção de sentimentos traduzidos ao espaço sobre uma rede mais que complexa de sentidos, idas e vindas de um calor quase que insuportável. Ao sê-los e apenas, tudo vai se convergindo para um somente só, bem desequilíbrio à explodir a qualquer fagulha. Um estilhaço de bomba na cara do controle separa do mesmo buraco em que tudo se confunde uma palavra, mundo, de outra, realidade, e a palavra vida da palavra abismo, então enfim, uma livre para se encaixar na outra com coesão e senso, tendendo à sua livre inércia. O mundo real derrama vidas ao abismo sem fim.

É possível?

De um índice completo de todos esses momentos, o encontro foge, ruidoso, abre em um choro epitelial de variadas camadas de chuva de granizo. No auge dos tempos nos rendemos ao impulso externo-material, pois nem que os pássaros cantem mais. O espaço diminui, e o tempo aumenta sua expressão-víbora devoradora da calma, em várias vezes milhares de divisões ínfimas e confidentes entre si dos pormenores da humanidade, tal qual escrevo nos exatos minutos e milésimos de segundos e milhonésimos deste no decorrer das 17 horas da tarde bem marcada, impossível de se perder em um infinito tão bem estruturado. Tão bem estruturado vivo o homem-só, perdido de Cândido e sua inocência-ignorante bem visada amiga da felicidade no cruel negrume do asfalto que encobre camadas de vidas subterrâneas, subalternas, subentendidas, sublevadas, subinformadas, subvividas... amarradas por ainda uma questão de destino mal rasgada, herdada do tempo dos pecados capitais. Neste meio incompreendido pelos deuses já destituídos por nós, o deus-da-vez Deus-mercado aguarda outra calamidade para abalar sua ordem reinante.
Em meio à isso, um casal invisível tenta sobreviver pelos apenas prazeres de um Corpúsculo de Meissner excitado.

domingo, 14 de junho de 2009

Luz.

Está tudo tão claro agora.
Tinha medo antes, mas a sua força é tão grande tão grande que esse medo passa a ser besteira de corpo; E o seu sorriso, luz da alma.

O tempo sorri.

A cidade passa por mim,
deitando despedidas feitas
pessoas e pessoas se apresentam
a meu humor, descaradas, escancarado.

Brilham as luzes de um lugar
onde ninguém jamais esteve.
Um lugar, quem sabe síntese,
pois um desconhecido em mim.

E essa necessidade louca de escrever,
necessidade louca de escrever,
que estive contigo

Quem sabe para tentar guardar
cada sorriso dado ao tempo,
como um tato que vira palavras.