a tristeza da terra é uma lágrima de chuva
que lava irriga molha salva cresce germina
a dor da terra é de parto
que são os furos que fazem a plantas quando nascem
a dor da terra é de pranto
de sangue de ferro
que oxida o leite do seio da mulher indígena
vem do barulho do metal engajado
soando agudo e áspero como um grito
na enxada que não mais lavra
que ataca o cru da terra
onde canta o galo
anunciando a briga dos homens
na terra que não mais
a terra que foi
o sofrimento da terra é o homem
que a obriga chamar-se terra
de ser palco e apenas
florescer em guerra
tiro e dor
do que não é da terra
porque a terra não é mais terra
a briga não é mais briga
e o homem não é mais homem
foi talvez
esperança
abrigo refúgio
para quem cria na terra
o seio da mulher indígena
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário