o que sobra
des
cons
t
ró
i
o verbo
poesia
verso caro
a preço de lágrimas
de tinta
vermelha
como o do quadro
do sorriso triste
não conheço a culpa
que sinto
culpa
que choro
uma tinta entalada
na dor da garganta
como um soluço
seco
de culpa
seca
desculpa-me se a prosa
não me cai bem
mas o verso
me escolhe
como seu amante
sou seu meio de vida
poeta triste poeta
como é necessário
às vezes todas
as vezes é necessário
que seja
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Um comentário:
A poesia te escolhe, a prosa só ainda não te conhece. Maravilhoso!
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