sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Pra quê doer?

Podemos brigar eternamente
mas para quê, se sabemos sermos
estarmos sempre afim
estarmos e sermos sempre amigos
companheiros enluarados da terra
num cio que não cessa.

Ciúmes pra quê? se a terra é tão banal
e maravilhosas são as cores do céu
e a vista da pedra branca tão mágica
da terra de fadas e duendes, sob escrúpulos
e pudores animais, são instintos que a gente não vê...
e são posses que nunca sorvemos
porque não possuímos nunca senão
o que é matéria um do outro.

Por que não possuirmos senão a liberdade de querermos
e estarmos sempre afim, do que nos é tão não igual
seguirmos passos um beijo de Caetano
e termos sempre a não briga, o não motivo e o não chão
se nunca houve a queda, já que a queda de um mimo
é a ferida do orgulho que não cicatriza
em nenhuma e todas as mulheres continuamente
se o amor não morre dentro dos nossos olhos
e o carinho sempre emana de nossa pele fina.

Por que pegamos partículas de drama dispersas no ar
para produzirmos uma prosa sem vida
se em nossas passadas e futuras pegadas estão as palavras para que possamos compor uma poesia?
Pra quê sofrermos com a sintaxe louca do sentimento,
se podemos nos alegrar com a semântica de um beijo?

Um comentário:

... disse...

Muito bom... grande abraço... Flavinho