domingo, 30 de novembro de 2008

Fresta de liberdade

Que posso eu
fixo 'em aleatoreidade,
em signos sinônimos
sintomáticos, da mazela
maleita guerreira
de nação-torrão
zueira zangibeira
de senhor-velho-ancião?

São estes sulcos arados
de presságio aparente
agouro-endêmico
de fornalha-mortalhada
de um inteiro país.

Perde-se em língua em tom
de desfeita abobalhada
a desgraça folgazada
sobre a expectativa de toda a gente.

E que há? de fala falaz
se convence, própria da mente
assina a gente demente
ardilosada-capisciosamente
em sua mais desilusão
confiada do alto qu'vem.

Mas haverá, de poderio,
ariçada a raiva quente,
quando a descoberta
se deparar ao achado
e publicar seu desvairado
penteado-que-rege-o-mundo
encarapitar a foice e o martelo,
após derrocada a bandeira de deus
alucinado de povo pirado,
de se confiar esperança?

Mas há, sim qu'há!
Antes d'o planeta parar de rodar
já se vá aspirar o ar da liberdade
tão lânguida nesses tempos
e nessas coordenadas,
que só por uma fresta fugida
nos coube uma vez ou outra atentar.

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