sábado, 29 de novembro de 2008

Fôlego de saudade

Ainda ressoa sua voz em eco
em longe em certo, ou mesmo perto
perpassando fios e até cabos
que cruzam o oceano
e levam seu tom penetrante
que acaricia exclusivo,
o auditivo de todos os meus sentidos.

É o que podemos, em tempo,
pelo que se mostra o espaço
distante, um bloco de nota
vibrante vocal, que anestesia
pelo menos um mínimo a saudade apertada.

Enquanto não podemos
com a mágica da língua,
em u em beijo em gosto
nos desfazermos em saliva
migrante, dentre lábios
que se abocanham carinhosamente
unidos em uma só boca,
há um nímio de imaginação
que ressalva aguardar.

E esperamos. Até não aguentar mais
o peso da vontade própria do querer.
Apetece o beijo apalavrado,
que anuncia a sua chegada
e a versada revivência
dos outros quatro sentidos
acobardados pelo apenas eco da sua voz.

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