quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Instantes.

Quero todas as palavras.
Porque hoje estou livre de crises.
A realidade não me assusta mais. E que isso dure pelo menos alguns instantes...
Hoje é tudo marasmo, paradeiro, pique-pique, alegria alegria.

Quero tudo o que é palavra. Quero vozes.
Quero toda a liberdade do mundo - se é que tal coisa exista.
Se não existir, quero eu como sou. Porque sou livre. Pelo menos nesses instantes...
Porque sou bicho, homem, cavalo, circo, céu e vida. Sou mais arte.

As palavras me querem.
Sussurram aos meus ouvidos, tanto que não consigo ouvi-las.
De tantas, me perco na escolha - porque já sou ruim nisso.
E escolho todas. Tudo que é som, signo, cor, sentimento.

Pois nunca fui tão cubista e estive tanto fora de um cubo...
Porque é tudo forma, é tudo palavra. E é tudo língua, porque é tudo pensamento.
E é tudo ego, alterego e superego. E nada de trio é tão chato.
Nada que enquadre é tão chato. Fora matemática...

Porque os números são palavras, quando quero que sejam.
Dois, sete, oito dezoito. E fiquem de lado os cálculos, me perdoem.
Hoje só quero palavras. E que sejam de aniversário vinte e seis de maio,
ou de festas do eu inteiro de branco trinta e um de dezembro. De todos os anos...

Hoje, eu já disse. Quero todas as palavras, porque elas me querem.
Quero todas as palavras livres, que façam a farra, sem forma cor ou conteúdo,
saltitando pelas mentes brilhantes, fezendo cabeças, poses, imagens, frutos, flores, folhas e rumos...

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