quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ainda há...!

Peço-me a mim mesmo para escrever.
Como um poeta fluido, me desvanecer na brancura do papel.
Deixar tudo chover. E enfim desgastar a minha angústia,
agora então vivida.

Angústia com o real, com o que criamos, que asfixia, por saber que é nosso.
Com a teoria, que por assim ser, não é prática.
E mais tudo o que envolve essa fastidiosa noção

Num embalo festivo,
alço velas em direção a poesia, que ainda se forma em nuvem, acumula.
Que troveja, fugente, se mostrando de longe. Empunhando gravemente a alegria de toda gente.
Que ainda há de vingar...

E há de destruir tudo o que sufoca.
Há de diluir o desprezo, a náusea, o vômito.
Há de enfrentar a tediosa inércia que faz girar o planeta sob a sombra escandalosa do lucro!
E altivamente declarar a definitiva bancarrota do sofrimento...
Acabar com a angústia.
Que ainda há de findar...

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