quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Chuva das seis (Para um Fórum Social Mundial em Belém do Pará)

E chovia, bando de escritores
de um dadaísmo obscuro, e um misticismo irreverente
chovia estrelas mil,
em noites de bêbados equilibristas
em solo e céu do Brasil.

Chovia um pesadelo de possibilidades
em um minuto de solidão.
Sofria calado uma personagem assassinada
por um pingo de escrita
em acentuada inquietação.

Rola madrugada abaixo,
um bueiro destruído por uma tempestade política
estupro no banheiro de palafita,
preservativo destituído de uso
e um bebedouro para trinta mil pessoas quebradas
onde ainda se cria na vida.

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